Alimentos
O eixo de Alimentos, como alternativa de inovação, está consolidado devido a um aumento mundial da demanda por alimentos, o que pode ser comprovado pelo aumento dos valores dos produtos nativos do setor. E também, em virtude da infra-estrutura fundiária existente na região, caracterizada por pequenas propriedades rurais, e na sua capacidade de produção de alimentos. Destaca-se a existência de agroindústrias, pequenas e grandes, capazes de agregar valor a produção primária, sendo que as primeiras apresentam iniciativas de associativismo e formação de redes empresariais. Portanto, o Eixo de Alimentos focaliza-se em áreas que apresentam potenciais de implementação de desenvolvimento com geração de benefícios socioeconômicos, a partir de vocações presentes na região.
As características da base fundiária da região configuram as vocações para o desenvolvimento da cadeia de produção de leite e outras que requeiram mão de obra intensiva. As condições do relevo bastante acidentadas, são inadequadas para agricultura comercial de lavouras temporárias, em escalas competitivas. Paralelamente à atividade leiteira, se apresentam as demandas para o desenvolvimento de tecnologias de manejo da produção, principalmente com vistas à obtenção de eficiência, para a obtenção e manutenção da competitividade.
O desenvolvimento de equipamentos para atividades agropastoris visa atender demandas na região de abrangência, e está fundamentado na experiência de produção de máquinas e equipamentos agrícolas, realizada pela indústria instalada.
A potencialidade científica do eixo de alimentos encontra sustentação nas instituições parceiras: Epagri, IFC, Senai, Sebrae e Universidade do Oeste de Santa Catarina – Unoesc.
A capacidade tecnológica instalada na região, complementarmente, tem suas potencialidades nas indústrias de produção de equipamentos para a agroindústria, setor já existente na região, mas que necessita de auxilio para gerar novos equipamentos e inovações capazes de alavancar a competitividade do setor. É sabido que a região abrangida pelo Polo INOVALE possui grande potencial metal mecânico, sendo que esse setor, conforme Fernandes e Tesser (2007), se desenvolveu como suporte e apoio às agroindustrialização.
Engenharia Biomédica
O eixo de engenharia biomédica (SAÚDE) é caracterizado pela fusão das áreas da engenharia com a odontologia e medicina, com o intuito de desenvolver equipamentos, aparelhos e instrumentos médicos, biomédicos e odontológicos de uso pelos profissionais da saúde. Em especial o desenvolvimento de próteses, órteses, materiais para auxiliar no tratamento de doenças, é um ramo com grande crescimento na economia mundial, compreendendo o desenvolvimento de novos equipamentos, bem como a avaliação da qualidade dos produtos já disponíveis no mercado, gerando produtos de altíssimo valor agregado e passíveis de registro de propriedade intelectual.
A pesquisa voltada ao eixo de desenvolvimento engenharia biomédica é fomentada pelas instituições de ensino da região, tal como a Unoesc e IFC por meio de grupos de pesquisas das ciências da saúde e exatas e da terra.
Dentre as linhas de pesquisa desenvolvidas se destacam: aspectos avaliativos e intervencionistas em saúde coletiva; epidemiologia; políticas públicas e práticas sociais em saúde coletiva; clínica e diagnóstico por imagem da neurocisticercose humana; bioética em ciências da saúde; estudos epidemiológicos e planejamento em saúde; saúde bucal; saúde do trabalhador; saúde mental; instrumentos cirúrgicos; equipamentos científicos; biomateriais;
Outros grupos de pesquisa do campus de Joaçaba, na área de Educação Física, estudam as variáveis atropométricas, biofísicas e dermatoglíficas. A Odontologia realiza estudos para desenvolvimento de novas tecnologias e epidemiologia clínica. Na Medicina, são abordados, ainda, estudos voltados para os recursos naturais, ambiente e saúde e tecnologias e políticas aplicadas aos problemas de saúde.
O eixo de inovação em saúde, teve início no ano de 2005 e já gerou diversos resultados como startups, empresas consolidadas e propriedade industrial. Sabendo que a região, principalmente nos municípios de Joaçaba, Herval d‘Oeste e Luzerna contam com um segmento metal-mecânico que possui capacidade de produção elevada e serviços especializados e que o crescimento da área de saúde é expressivo, principalmente nos setores médico e odontológico, visualiza-se o potencial de desenvolvimento de novas tecnologias e novos empreendimentos voltados à engenharia biomédica.
Florestas Renováveis
As características do relevo da região de abrangência do Polo de Inovação não possibilitam a expansão de lavouras permanentes de forma sustentável, mas possibilitam cultivos de florestas renováveis, destinadas a diversos fins, como de biomassa para geração de energias, celulose e papel, madeira para diversas aplicações, além de essências e resinas para aplicações industriais e medicinais.
Dessa forma, este eixo busca resgatar uma atividade que já foi significativa para a região. Sendo vista como uma alternativa de renda para propriedades rurais, esta atividade apresenta empresas na região que demandam elevadas quantidades desta matéria prima. Ainda existe uma forte aderência do eixo com fontes energéticas associadas aos setores da agroindústria de alimentos, bem como potencialidade para a produção de biomassa, celulose, madeira, essências e resinas.
A pesquisa voltada ao desenvolvimento deste eixo é realizada, no campus de Joaçaba da Unoesc, por meio de dois grupos de pesquisas da área das engenharias, que entre outros, desenvolvem estudos nas linhas de pesquisa preservação ambiental e monitoramento do meio ambiente. Paralelamente, a área de ciências biológicas possui um grupo de pesquisa que realiza estudos nas linhas de pesquisa: respostas celulares a produtos naturais; atividade bioquímica de substâncias com ênfase em produtos naturais; avaliação farmacológica de compostos biologicamente ativos.
Metal Mecânico e Energias Renováveis
A região de abrangência do Polo de Inovação conta com importante parque industrial metal mecânico, que teve relevante papel no desenvolvimento socioeconômico regional. Esta atividade já emprega significativo número de pessoas e conta com uma série de empresas com tecnologia diferenciada.
Dos municípios abrangidos pelo Pólo de Inovação, destacam-se Joaçaba, Herval d‘Oeste e Luzerna, que concentram mais de 60% do número de empresas do setor, sendo em sua maioria micro empresas. A região também possui pequenas centrais hidrelétricas - PCHs instaladas, e vocações para instalação de PCHs. Adicionalmente conta com indústrias fornecedoras de equipamentos para centrais hidrelétricas, e está em implantação no município de Água Doce, o maior polo de geração de energia eólica no estado de Santa Catarina. Assim, observa-se a necessidade de redirecionamento do setor buscando nichos com maior valor agregado, como produção de energias renováveis, o que também possibilitará melhores condições de competitividade para o setor frente a produtos importados.
Por meio do eixo metal mecânico e energias renováveis, busca-se desenvolver tecnologias, máquinas e equipamentos para atender as demandas da indústria regional e nacional, além de se tornar referência em soluções tecnológicas, com ênfase no desenvolvimento tecnológico de: máquinas e equipamentos industriais, turbinas, biomassa, eólicas, automação.
As pesquisas voltadas ao setor metal mecânico são potencializadas, basicamente, por três instituições de ensino, que são o Senai, o IFC e a Unoesc, onde são oferecidos cursos técnicos, superiores de graduação e pós-graduação lato-sensu.
É possível perceber que a região reúne condições e competências para alavancar o eixo, que leva em conta ainda à conexão com os demais eixos de atuação do Polo INOVALE, como por exemplo, o de florestas renováveis que pode demandar pesquisa e desenvolvimento de novos produtos para o aproveitamento da biomassa na produção de energias alternativas.